Fonte: LEC NEWS
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Quais são as principais tendências de compliance para 2022?
Quando o assunto envolve tendências de “Compliance” é preciso ter a visão de que são muitos os cenários existentes; e de que você precisará se adaptar ao nível de engajamento com “Compliance” de cada organização. Além de considerar a relação do “Compliance” com a alta gestão, a aderência dos colaboradores, e a inter-conexão com outras áreas, tais como a Governança e a Sustentabilidade.
1. Inovação além da tecnologia
Quando o “Compliance” ainda era uma novidade no Brasil (nos anos 1990), era comum que a visão sobre o ramo fosse apenas relacionada à corrupção, ou seja, a sanar irregularidades ou mesmo prevenir situações, basicamente ligadas ao Estado/Governo.
Porém, o “Compliance” é muito maior do que “isso”, e vai muito além, pois prega a Integridade.
Ou seja, existem vários outros cenários para que as organizações estejam em conformidade — como podemos citar a questão da proteção de dados, aspectos regulatórios e concorrenciais, e outros que também devem ser abordados nos programas.
Lembramos, assim, que o “Compliance” consiste em ajudar as empresas a “fazerem as coisas corretas do jeito certo” e, como já citamos, o mercado está em movimento constate; e é preciso que as organizações sejam sempre atualizadas, criativas e inovadoras.
Quando o assunto é inovação, é comum pensarmos apenas em automação, assim como em novas tecnologias e softwares. Entretanto, também é necessário que as organizações percebam que inovação é algo bem mais amplo e mais profundo, por vezes questionando o próprio modelo de negócios e o segmento, ou seja, é preciso que estejam dispostas a irem muito além da tecnologia.
Empresas realmente criativas e inovadoras, tem que buscar maneiras diferentes de melhorar e desenvolver o negócio, procurando novas maneiras de atuar, novos produtos e serviços, bem como formas de lidar com o mercado, além de estarem atentas para que tenham ações que reforcem uma cultura positiva e ética.
Integrando, portanto, o Programa de “Compliance” a empresas que precisam ser cada vez mais inovadoras, entende-se que tais programas precisem focar cada vez mais na integridade e da sustentabilidade das organizações, de forma completa, ampliando o conceito de “Compliance Pleno”.
A forma como o programa vai ser abordado na instituição precisa ser pensada com um olhar particular. Existem os pilares do programa de Compliance, contudo, não há regras sobre a maneira de implementação, ou seja, não precisa ser feito da mesma forma em todas as instituições.
Muitas vezes, a inovação pode estar na amplitude, como a co-relação com sustentabilidade e governança corporativa, e, em outras, estará nos “detalhes” — no formato, no alcance ou no cronograma de treinamentos, em um software específico para ser o canal de denúncias anônimas, no acompanhamento da tomada de decisão quanto a pontos ligados ao ESG, ou em qualquer outro ponto que pareça simples e comum, mas que, com alguma adaptação, proporcione um aspecto mais inovador para a empresa.
2. Maior foco ESG
A grande questão que vem crescendo no mundo corporativo e que certamente estará na pauta de todos os conselhos e diretorias das empresas é o ESG (Environmental, Social and Corporate Governance — em tradução livre: Governança Ambiental, Social e Corporativa), que consiste na construção do conceito de sustentabilidade plena das organizações; considerando não apenas os aspectos financeiros e econômicos, mas também a revisão de todas as suas operações para que se respeitem as bases da boa governança corporativa, direitos humanos e sociais, inclusão e responsabilidade pela relação com o meio ambiente.
Sem dúvidas, esse ponto é uma grande tendência, que dominará o cenário de negócios nos próximos anos, demandando mudanças de posturas e até de modelos de negócios em alguns casos.
Muitas instituições já estão revendo seus planejamentos e programas para buscar maneiras de ter processos corretos, também, em termos de sustentabilidade, aliando o “Compliance” ao que hoje se entende como uma evolução da Governança Corporativa.
Essa sigla com apenas três letras tem enorme impacto, exige coragem e coerência, e já tem transformado o universo corporativo, uma vez que a Governança mais evoluída, considerando mais aspectos, precisa focar na operação mais sustentável. Isso afeta não apenas a cultura e comunicação da empresa, mas, também, a maneira como ela opera por completo – e até mesmo como se relaciona com o meio ambiente, colaboradores, parceiros, terceirizados, fornecedores, com a sociedade e com o Planeta.
O interessante desse aspecto em focar no ESG é que as empresas dão mais importância às pessoas de forma geral — pois se preocupar com funcionários e colaboradores é essencial, mas ainda assim, é somente o básico – e muitas vezes não considera a diversidade, a inclusão e os direitos sociais. Por isso, no contexto da ESG, a sociedade também passa a ser um ponto relevante para as organizações, agindo também como “fiscais”.
Afinal, as empresas impactam o mundo de diversas maneiras, direta e indiretamente, no tocante a meio ambiente, a recursos naturais, a insumos e matérias primas, pessoas etc; e é necessário que façam isso pensando na sustentabilidade.
As organizações precisam encarar o ESG de forma corajosa e coerente, resistindo à tentação de considerar como se modismo ou estratégia de marketing fosse, ou ainda de cuidar de apenas alguns dos seus pilares.
O grande risco seria cair no equívoco de apenas focar em alguns pontos, ou de tentar mostrar apenas aspectos positivos, por exemplo apresentando ao mercado materiais que comuniquem ações sustentáveis, deixando a comunicação ser maior do que a realidade.
Dessa forma, como a integração com o ESG e com a Governança Corporativa, com foco em sustentabilidade, é uma das tendências de “Compliance” para 2022, a sugestão é que se trabalhe pela Conformidade, Integridade e Sustentabilidade – como um todo; construindo empresas mais responsáveis.
Para ler a íntegra do conteúdo LEC acesse: https://lec.com.br/tendencias-de-compliance-para-2022/